Relação da ingestão de álcool com o risco de câncer de mama

Andressa Risselen Viegas Dos Santos

Aluna da pós-graduação da Plenitude Educação

@andressaviegasnutri

Atualmente o câncer de mama (CM) está crescendo em todo o mundo, sua incidência e mortalidade vem aumentando em países de baixa renda mensal. De acordo com Cancer Statistics Center a taxa de sobrevivência de cinco anos teve uma melhora significativa, de 63% em 1960 para 90% em 2018. Um projeto de atualização selecionou dois fatores de risco para o câncer de mama, são eles: ingestão de álcool e obesidade, destacando um fator de proteção: atividade física.

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Existem evidências que mostram que independentemente do tipo de bebida alcoólica ingerida (vinho, cerveja ou destilados) e a menopausa levam ao aumento do risco de CM. Uma estudo realizado mostrou que uma ingestão de 10g de etanol por dia foi associado ao aumento dos tumores ER+, ER-, ER+ PR+ e ER+ PR-.

O etanol tem capacidade de promover a transição epitélio-mesenquimal, levando ao crescimento do tumor e a formação de metástase. A ingestão de álcool causa deficiência de alguns nutrientes essenciais, entre eles: folato (vitamina B9) onde são importante para síntese e reparo de DNA, mantendo a estabilidade genômica. O álcool é antagonista do folato, levando a redução da sua disponibilidade. São fontes desses nutrientes: feijões, cereais integrais, ovos, frutos do mar.

O álcool é metabolizado por enzimas, como: desidrogenases (ADH), citocromo P-450 2E1 (CYP E1) e catalase bacteriana, produzindo acetaldeído. O acetaldeído é reativo ao DNA, onde tem várias propriedades carcinogêneses e genotóxicas.

O etanol pode contribuir para a carcinogênese por meio da indução do estresse oxidativo, este é um fator determinante do início da doença, pois o estresse oxidativo ativa algumas vias que produzem espécies de reativas de oxigênio (ROS).

A inflamação ajuda para progressão do câncer, onde é intensificado pela ingestão de bebidas alcoólicas. O uso do álcool crônico pode recrutar glóbulos brancos específicos, como monócitos e macrófagos, para o microambiente tumoral. Eles produzem citocinas pró-inflamatórias, sendo elas: fator de necrose tumoral α (TNF-α), interleucinas IL-1, IL-6 e IL-8, levando a ativação de enzimas que geram oxidantes, formando ROS6.

A ingestão de álcool leva a mudanças nas vias do estrogênio, aumentando os níveis de hormônios através do estresse oxidativo e inibição de enzimas de degradação de esteroides sulfotransferase e 21-hidroxilase.

Diante dos estudos realizados até o momento, pode-se observar que ter um controle na ingestão de álcool é fundamental como forma de prevenção, sendo assim, é de suma importância profissionais de saúde alertarem seus pacientes/clientes sobre todas essas alterações que ocorrem após a ingestão de álcool, conscientizarem para uma rotina saudável, através de algumas orientações a seguir.

Uma alimentação saudável é essencial na prevenção. Atualmente existem recomendações de prevenção primária, são elas:

  • Alimentação saudável (rica em frutas, vegetais, grãos integrais);
  • Diminuir o consumo de carnes vermelhas e processadas;
  • Praticar atividade física regular;
  • Diminuir significativamente a ingestão de bebidas alcoólicas.

Quer saber mais sobre o assunto? Acesse:

Artigo 1

Artigo 2

Artigo 3

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